Gasometria Arterial

A gasometria arterial é um exame invasivo que mede as concentrações de oxigênio, a ventilação e o estado ácido-básico. Tipicamente, os valores gasométricos são obtidos quando o quadro clínico do paciente sugere uma anormalidade na oxigenação, na ventilação e no estado ácido-básico. Os níveis dos gases arteriais também são obtidos para avaliar alterações na terapia que podem afetar a oxigenação, tal como a mudança na concentração de oxigênio inspirado (FiO2), níveis aplicados de pressão expiratória final positiva (PEEP), pressão das vias aéreas, ventilação (mudança de freqüência da respiração, alterações do volume corrente) ou equilíbrio ácido-básico (administração de bicarbonato de sódio ou terapia com acetazolamida). Normalmente, essa amostra é coletada na artéria radial, perto do punho, mas também poderá ser coletada pela artéria braquial ou femoral. Através da amostra de sangue arterial, o laboratório pode determinar as concentrações de oxigênio e de dióxido de carbono, assim como a acidez do sangue, que não pode ser mensurada em uma amostra de sangue venoso.


Os valores normais de uma Gasometria Arterial são:
pH 7,35 a 7,45
PO2 80 a 100 mmHg
PCO2 35 a 45 mmHg
BE -2 a +2
HCO3 22 a 28 mEq/L
SatO2 >95%


 pH => Avaliar o pH para determinar se está presente uma acidose ou uma alcalose. Um pH normal não indica necessariamente a ausência de um distúrbio ácido-básico, dependendo do grau de compensação. O desequilíbrio ácido-básico é atribuído a distúrbios ou do sistema respiratório (PaCO2) ou metabólico.


PaO2 => A PaO2 exprime a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares pulmonares, e depende diretamente da pressão parcial de oxigênio no alvéolo, da capacidade de difusão pulmonar desse gás, da existência de Shunt anatômicos e da reação ventilação / perfusão pulmonar. Alterações desses fatores constituem causas de variações de PaO2.


PaCO2 => A pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar,sendo praticamente a mesma do CO2 alveolar, dada a grande difusibilidade deste gás. Seus valores normais oscilam entre 35 a 45 mmHg. Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilando, e se o pH estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose Respiratória. Se a PCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hipoventilando, e se o pH estiver menor que 7,35, ele está em Acidose Respiratória.


HCO3- => As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadear desequilíbrios ácido-básicos por distúrbios metabólicos. Se o HCO3- estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose Metabólica. Se o HCO3- estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em Acidose Metabólica.


Seus valores são de grande importância, pois norteiam toda a terapêutica prestada ao paciente grave Os locais de coleta das amostras de gasometria arterial podem ser: na artéria radial (geralmente é o local de primeira escolha)artéria braquial e artéria femoral. Como qualquer exame complementar, a gasometria arterial só será de grande valia se pudermos confiar em seus dados. Visto isso, o Drº Cláudio Piras em 2002,  realizou um trabalho onde relacionou o tempo de coleta do exame X sua realização para a comparação numérica dos dados obtidos afim de validar o tempo ideal entre a coleta e a execução do exame.Em sua pesquisa, foram colhidas 30 amostras de gasometria, onde o sangue era imediatamente encaminhado ao laboratório de análises clínicas e realizado a gasometria. Em seguida, a agulha era ocluída e a seringa era colocada em um local próprio e em temperatura ambiente. Esse processo se repetiu após um período de uma hora, duas horas e três horas, chegando a conclusão que somente as gasometrias colhidas em até UMA HORA podem ser consideradas adequadas para análise. As demais amostras apresentram diferenças na relação de PO2, PCO2, pH e Bicarbonato, devendo ser descartadas.